quinta-feira, 25 de agosto de 2011

PROGRAMA FINA NOSTALGIA DIA 25.08.11 (PROGRAMA 9)




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Se não der não deu. Amanhã vai dar

Costumo colocar nos posts sambas e sambistas novos. Além dos já consagrados, a ideia é mostrar, também, que a chama não se apagou.
O samba de hoje, traz uma grande mensagem da nova geração: o grupo Bambas de Berço, composto pelos filhos de Nelson Rufino, Arlindo Cruz e companhia. Só a rapaziada de sangue azul.
O nome da música é uma filosofia de vida: se não der não deu, amanhã vai dar.


segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Big Ben (1965)


Em 1965, a música brasileira estava polarizada entre a turma do samba e a da bossa, que habitava o programa de TV "Fino da Bossa" comandado por Elis Regina e Jair Rodrigues e a galera do rock, que circulava em torno de Roberto Carlos em outro programa de TV, "Jovem Guarda". Imune a praticamente tudo, inclusive às discussões acaloradas que se tratavam na imprensa sobre o sacrilégio ou não de tocar música brasileira em instrumentos elétricos, Jorge Ben Jor era regularmente convidado para os dois programas e em ambos fazia idêntico sucesso, prova eloquente da capacidade contagiante de seu balanço. Big Ben, seu álbum dessa fase, não tem o mesmo brilho de sua performance ao vivo: no repertório, misturam-se canções originais e composições de outras pessoas, numa tentativa de criar um clima de boate, de Beco das Garrafas. Mas o talento original de Jorge acha brechas a toda hora na psicodélica Jorge Well, cantada num inacreditável inglês, no samba-iê-iê-iê O homem que matou o homem que matou o homem mau (uma referência ao western clássico de John Ford, O Homem que Matou o Facínora), na doca Toda Colorida (cujo verso de abertura cita "Don't let the sun catch you crying", da banda inglesa Gerry and The Pacemakers) e no futuro clássico Agora ninguém chora mais.

Retirado do Box Salve, Jorge!, Contracapa do álbum Negro é Lindo

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

O tal do Rap com Samba


Meu samba é roots, mas além da raiz tem o samba-rock, samba com jazz, samba com forró e o meu preferido: rap com samba.
Essa mistura mostra que os dois ritmos, embora diferentes, tem suas raízes muito próximas. E só têm a fomentar a música brasileira.
Rappin Hood, Emicida, Mano Brown e muitos outros rappers citam o samba em suas músicas e, alguns deles, até já até gravaram com sambistas.
Dor de verdade é um claro exemplo de como fica interessante essa história de rap-samba.


Wild Robson - Histórias pra Cantar (video oficial)

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

MICHAEL JACKSON - YOU ROCK MY WORLD (SINGLE 12'') (2001)



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Negro é Lindo (1971)


A trilogia de Jorge Ben Jor com o Trio Mocotó encerra com o poderoso Negro É Lindo, em 1971, em uma fase da indústria cultural brasileira onde o negro começa a ser percebido com potencial consumidor. Negro É Lindo traz homenagem a Cassius Clay, depois Muhammed Ali e também a João Parnahyba, apelidado de Comanche. Traz declarações de amor à sua querida Maria Tereza Domingas e, ao mesmo tempo, propões um pacto de comunhão de bens à Rita Lee, sua carona dos estúdios pra casa no Brooklin. A diferença em relação aos outros LPs está no  fato deste ser mais centrado no violão e em seus arranjos, possivelmente fruto da sua parceira com Paulinho Tapajós, que dirigiu as gravações entre 71 e 75. No estúdio, Tapajó preferia gravar com Jorge soxinho em cima de um estrado, sob o qual colocava microfones que captavam a batida dos tamancos do artista e o rocçar da palheta sobre as cordas dos violões. A partir dali, os arranjos eram montados. "Com a pulsação dos tamancos, da voz e da palheta, o Jorge se transformava numa máquina de ritmo. Depois eu enfeitava com os outros instrumentos em tessituras que não esabarravam na dele. Gravávamos 30, 40 músicas para um único disco e acredito que ainda deva exisitir muito material inédito. Era a melhor maneira, porque o grande barato do Jorge é a liberdade. Ele não tem disciplina. Então temos de ir atrás dele." Pode-se analisar essa liberdade como uma certa alienação às técnicas e às artificialidades de breque, ou do fim da música, mesmo em LPs gravados ("Em Cima", "Miudinho!"). Junta-se a isso o fato de Ben, apesar de compor letra e música de grande maioria das músicas que cria, não arranjar para outros intrumentos: nessa época, ele toca seu violão cantando e o arranjador (ou o Trio Mocotó) faz o trabalho em cima disso.

Retirado do Box Salve, Jorge!, Contracapa do álbum Negro é Lindo

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Nomes de Favela - Clipe


Descubro sambas todos os dias. E não é raro eu ouvir pela primeira vez uma samba que já descobriram há séculos.
A partir disso, criei o samba roots da semana, que traz em sua maioria sambas que acabo de descobrir, muitas vezes por acaso.
Mas, neste ano, ainda não ouvi música que casou melhor a interpretação, letra e instrumentação do que nomes de favela. Na voz de Moyses Marques.
Ainda não viu o clipe? Então faça um favor aos seus ouvidos e olhos:


chamada-12-08-11oficial.mpg

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Nossa Gisele Bündchen é preta


Enfim saiu o clipe oficial do Favela Fashion Week. A música lançada pelo grupo Reunião de Amigos mostrou a uma infinidade de pagodeiros que é possível, sim, fazer uma música de qualidade e comercial. Embora não seja um samba roots, está música está em meu repertório nos pagodes de mesa por ai.
O samba de Cleitinho Persona, Nego Branco e Manu ganhou uma versão em clipe, gravada na Vila Prudente, Zona Leste da capital paulista.
Vale a pena conferir.


Força Bruta (1970)


Foi em 1968, na boate Jogral, point da noite paulistana dos 60, que Jorge Ben Jor cxonheceu o que muitos consideram seu parceiro ideal: o Trio Mocotó. Um inusitado grupo de bateria, cuíca, pandeiro e voz tão afiado e criativo ritmicamente como o próprio Jorge, com quem também compartilhavam uma formação no exigente conservatório da bateria de escola de samba. Um ano depois, Jorge e o Trio Mocotó levantariam e dividiriam o Maracanãzinho com sua interpretação de Charles Anjo 45 no Festival Internacional da Canção; era o início de uma brilhante parceria capturada integralmente, pela primeira vez em Força Bruta. Continuação da guinada criativa iniciada com seu LP anterior, esse disco traz Jorge de volta para casa, para a complexa simplicidade do samba carioca. Gravado em apenas três dias entre Rio e São Paulo, esse trabalho capta toda energia das sessões, largamente improvisadas (Jorge mostrava as músicas ao Trio na hora de gravar). É uma alquimia que brilha em faixas como Oba, lá vem elaO telefone tocou novamente e Mulher Brasileira, todas sucessos nos primeiros 70.

Retirado do Box Salve, Jorge!, Contracapa o álbum Força Bruta

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Jorge Ben (1969)


Em meados dos anos 60, uma série de escolhas infelizes haviam descarrilhado a carreira ascendente de Jorge Ben Jor. A própria cena musical havia mudado dramaticamente, com caras e ideias novas brotando dos festivais e a Tropicália arrebentando as comportas que aprisionavam os diversos modos de fazer música no Brasil. E foi exatamente a Tropicáliaque contribuiu para o resgatede Jorge, que se viu contratado por Guilherme Araújo e incluído no elenco do programa de TV "Divino, Maravilhoso". Não que os tropicalistas influenciassem Jorge - era o contrário, a música de Ben surgia para eles como a mais perfeita síntese de sua proposta estética. Mas a presença no programa e o convivio com Caetano, Gil e Gal abriram novas possibilidades profissionais e musicais para Jorge, adicionando temas e colaboradores ao seu trabalho. O espetacular Jorge Ben mostra claramente essa renovação. Álbum de retomada, ele traz uma verdadeira coleção de grandes sucessos, como Bebete vãoboraPaís tropical, Que pena, Cadê Tereza e a dramaticamente poética Charles Anjo 45, retrato antecipado de uma cidade muito mais violenta. Rogério Duprat, o maestro da Tropicália, assina arranjos de Descobri que eu sou um anjo e Barbarella e os dois grupos que seriam essenciais na consolidação do som de Jorge - Originais do Samba e Trio Mocotó - fazem sua estreia.

Retirado do Box Salve, Jorge!, Contracapa o álbum Jorge Ben

Tony Meléndez (legendado em português e completo)

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